Fisioterapia em Nefrologia

Doença Renal Crônica e Exercício Físico


     A doença renal crônica (DRC) é um dos principais problemas de saúde no mundo. Segundo o censo de 2011 da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), o número de pacientes em tratamento dialítico foi de 91.314 mil. Este dado é expressivo, se considerado o alto índice de mortalidade relacionado à DRC.

     A doença cardiovascular (DCV) é a principal causa de morte em pacientes tratados por hemodiálise (HD) crônica. Embora a uremia por si só possa ser considerada um fator de risco cardiovascular, uma proporção significativa de pacientes tratados por diálise morre devido a problemas cardiovasculares não diretamente atribuíveis à uremia. Têm-se demonstrado que, provavelmente, o processo inflamatório e o estresse oxidativo, juntamente com os fatores de risco tradicionais que se apresentam em maior proporção e os não tradicionais, próprios dessa população, são os responsáveis pelo aumento da taxa de mortalidade nesta população.

     Os avanços tecnológicos e terapêuticos conquistados na área de diálise contribuíram para o aumento da expectativa de vida dos renais crônicos, sem, no entanto, possibilitar- lhes o retorno à vida laboral, social e profissional. O tratamento dialítico por si só interfere de maneira negativa na qualidade de vida (QV) destes pacientes, por favorecer o sedentarismo e a limitação física aumentando o risco de declínio funcional.

     Tawney et al. 2003 descreveram em seu artigo a evolução desde a instalação de uma doença até o estágio de incapacidade. O primeiro estágio seria a instalação de uma doença que vai afetar as células e tecidos do organismo. O segundo seria os danos no organismo, surgindo os sinais e sintomas no indivíduo. O terceiro é representado por uma limitação funcional que afeta as atividades de vida diária (AVDs). E finalmente, o estágio de incapacidade que reflete dificuldade e limitação na realização de simples atividades. Eles citam ainda, que a evolução da DRC é semelhante ao esquema que foi representado e que a maioria dos pacientes em HD apresenta algum tipo de limitação funcional.

     Desde o início de 1980, países como os Estados Unidos começaram a implementar programas de exercício físico durante a HD. Desde então, vários estudos relatam os benefícios fisiológicos, funcionais e psicológicos nesta população. Após 30 anos de pesquisa sobre os efeitos do exercício nesta população concluiu-se que é um procedimento seguro e de fácil aplicação.

Referências:

Censo Brasileiro de Diálise 2011 [database on the Internet] 2012 [cited 2012 Mar 17]. Available from: https://www.sbn.org.br/pdf/censo_2011_publico.pdf.

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Silva J, Abensur H, Lotaif LD, Amodeo C, Piegas LP. Novos Fatores de Risco Cardiovascular. Rev Soc Cardiol. São Paulo 2007; 17(1): 50-9.

Canziani ME. Doenças Cardiovasculares na Doença Renal Crônica. J Bras Nefrol 2005; 26(1): 20-1.

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Tawney KW, Tamney PJW, Kovach J. Disablement and Rehabilitation in End- Stage Renal Disease. Seminars in Dialysis 2003; 16(6):447-52.

 

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